terça-feira, 22 de janeiro de 2008

"Tudo, ou quase tudo, sobre transgénicos"

A Organização Mundial de Saúde (OMS) têm divulgado estudos e artigos para que as pessoas "se afastem" dos mito relacionados com os alimentos geneticamente modificados. Mesmo assim existem muitas dúvidas por parte dos consumidores em relação a estes alimentos. Perante estas dúvidas a "Notícias Magazine" elaborou este artigo de modo a esclarecer melhor as pessoas. Assim como em biologia estamos a estudar o material genético e as mutações que pode ocorrer neste, decidi fazer uma síntese deste artigo pois os organismos geneticamente modificados é um assunto que hoje em dia se fala muito.



- O que são os transgénicos?

Os transgénicos- organismos geneticamente modificados (OGM)- são organismos (plantas, animais, bactérias,...) em que o seu material genético é modificado deixando de ocorrer naturalmente.



-Como se chama a tecnologia usada na modificação genética dos organismos?

a tecnologia mais utilizada é a biotecnologia moderna e através dela faz-se a transferência de genes entre organismos ou espécies não relacionadas.



- A aplicação desta tecnologia não implica demasiadas interferências na evolução natural das plantas?

Defende-se que esta tecnologia irá melhorar ou modificar muitas características numa planta (pode torná-la mais resistente a insectos, herbicidas, à secura, a metais pesados do solo,...) através da produção de plantas que acumulam menores conteúdos de substâncias nocivas. Um exemplo que resultará na aplicação desta tecnologia é a vacina contra a hepatite (produzida por uma levedura geneticamente modificada) ou a vacina contra a doença de "Aujeszky".



- Por que razão se cultivam plantas geneticamente modificadas?

Segundo a OMS estas plantas podem trazer benefícios tanto para o produtor como para o consumidor. Como exemplo, o preço é mais reduzido e apresentam mais benefícios.



- Como é que uma planta geneticamente modificada cria resistência a insectos, vírus e herbicidas?

A resistência a vírus e insectos advêm da modificação da planta, na introdução de um gene que produz uma toxina e também alguns vírus. A tolerância ao herbicida consegue-se pela introdução de um gene de uma bactéria (apresentando assim mais resistência).



-Essas resistências resultam em ganhos de produtividade?

Sim, cerca de 20% em ganhos de produtividade. Se as plantas não forem modificadas assiste-se a uma perda em 30 a 50% da produtividade.



-Qual é entidade responsável pela segurança e risco dos produtos alimentares?

É a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, EFSA (European Food Sofety Authority) que colabora com as autoridades nacionais dos países da UE promovendo o aconselhamento científico.



-Existe alguma legislação europea específica sobre OGM?

Desde a década de noventa que existe uma legislação em vigor e esta tem dois objectivos principais: "proteger a saúde e o ambiente" e que os produtos geneticamente modificados sejam seguros e saudáveis.

Actualmente a legislação tenta introduzir temas relacionados com a segurança alimentar, avaliação de risco ambiental, monitorização obrigatória pós- comercialização, identificação e detecção de OGM para facilitar a inspecção e controlo pós- comercialização e a possibilidade de inspecção por parte da EPSA, Parlamento Europeu e do Conselho de Ministros europeu.



-Portugal produz transgénicos?

Por enquanto, Portugal só produz milho trangénico.



- O milho GM produzido em Portugal destina-se à alimentação humana?

Não. Para já só é utilizado na produção de ração para gado.



-Que produtos GM circulam no mercado internacional?

Pode-se apontar: algodão, milho,soja, papaia, chicória,batata. E no caso de bolachas, cereais, chocolates, polpa de tomate, pizza,... podem-se encontrar OGM.



-O rótulo de um produto GM é esclarecedor?

Do rótulo é obrigado estar presente se o alimento contém ou não OGM. Mas também é importante que o rótulo apresente qual as proteínas que estão presentes e em quais concentrações se encontram.



-Os laboratórios nacionais fazem investigação em OGM?

Sim a nível de investigação em microrganismo para o desenvolvimento de vacinas. Nunca é comercializado.



-Quantos hectares estão ocupados com variedades de milho GM em Portugal?

Relativamente a 2006 foram cultivados 1250 hectares. Em 2007 pensa-se que esse número tenha aumentado para 4129 hectares.



-Os OGM são prejudiciais à saúde?

Declara-se que as variedades transgénicas em relação às variedades convencionais não são prejudiciais à saúde. A OMS diz que os alimentos GM "existentes actualmente no mercado internacional foram submetidos com sucesso a avaliações de risco". Afirma ainda que "não foram revelados efeitos sobre a saúde humana resultantes do consumo de tais produtos alimentares". No entanto não podemos confiar 100% na sua segurança.



-Como se determinam os riscos potenciais dos OGM para a saúde humana?

Na avaliação da segurança de produtos alimentares GM investiga-se a toxicidade que estes podem causar à saúde humana assim como a tendência de provocarem reacções alérgicas, a estabilidade do gene inserido, os efeitos nutritivos e os "efeitos indesejados que possam resultar da inserção do gene". A não esquecer que se estuda os componentes específicos suspeitos de possuírem propriedades nutritivas ou tóxicas.

Síntese do artigo "udo, ou quase tudo, sore transgénicos", publicado na revista "Notícias Magazine", na edição de 2 de Setembro de 2007.

1 comentário:

Joana Carvalho disse...

Eu acho qu todos os avanços científicos são bem-vindos, até porque é melhor saber e poder optar por usar ou não, do que não saber. Mas, de qualquer forma, temos sempre que ter em atenção as questões éticas e, neste caso, se será ou não prejudicial para a nossa saúde.
Antes de colocar qualque tipo de produto no mercado são realizados muitos testes, mas estes testes nunca são seguros a 100%, tal como referes na notícia. Mesmo que todos os testes realizados tenham indicado que não há perigo para a saúde, ainda assim não podemos confiar totalmente porque os efeitos podem fazer-se sentir só a muito longo prazo. Neste caso, estas modificações genéticas feitas nos organismos podem, silenciosamente, começar a provocar alterações (mutações) no nosso próprio material genético, que poderão ser detectadas só daqui a muitos anos ou até mesmo gerações.