quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A solidão e a genética

"Pessoas que têm uma vivência de solidão crónica mostram padrões de expressão genética que deferem marcadamente dos apresentados por pessoas que não se sentem sozinhas." Esta afirmação foi apresentada num estudo molecular presente na versão electrónica do jornal Genome Biology. Podemos concluir que os sentimentos de isolamento social estão ligados à actividade do sistema imunitário e resultam num aumento de sinais inflamatórios no corpo.
Em geral a saúde de um indivíduo pode ser afectada pelo ambiente social de uma pessoa. Pessoas mais isoladas poderão vir a sofrer maiores causas de mortalidade, maiores taxas de cancros e de doenças cardíacas. Mas falta descobrir se estas consequências na saúde resultam dos recursos sociais reduzidos dessas pessoas ou se do impacto biológico do isolamento social.
A Escola de Medicina da Universidade da Califórnia (Los Angeles) divulgou um estudo onde mostra que um facto de risco social pode produzir uma alteração na actividade molecular dos genes e levar a um maior risco de doenças.
Nesse estudo foram utilizadas sequências de DNA "para vigiar a actividade de todos os genes humanos conhecidos nos glóbulos brancos de um indivíduo, 6 dos quais estavam no topo de uma escala de solidão e os restantes colocados em níveis inferiores." Os investigadores descobriram que 209 proteínas de genes eram expressas de forma diferente nos 2 grupos, 78 eram exageradamente expressas e 131 eram sub- expressas.
"Parece que nos indivíduos com solidão crónica os genes são remodelados", disse Steve Cole (autor principal do estudo). E que as diferenças verificadas "eram independentes dos outros factores de risco para doenças inflamatórias, como o estado da saúde, peso e uso de medicamentos, dos indivíduos estudados.
Ainda refere que "o que conta, ao nível da expressão do gene, não é quantas pessoas se conhecem, mas de quantas nos sentimos realmente próximas nos tempos livres. Muito dos genes que estavam sub-expressos estavam relacionados com as respostas anti- virais do corpo."



Síntese da notícia publicada no site:
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=23264&op=all

Esta notícia chamou-me logo à atenção pelo facto de a "própria solidão" estar ligada à genética, e contribuir para aumentar os riscos de doenças. Existe muita "coisa" ligada à genética e que nós desconhecemos. É sempre bom sabermos mais!!!



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